Tchanunpa Nativa Americana |
Conhecido por muitos como "Cachimbo da Paz", trata-se de um instrumento sagrado, de muito poder que a milênios é usado pelos nativos para elevar as preces, propósitos, intenções e agradecimentos ao Grande Espírito (Deus). Os antigos índios costumavam reunir toda a tribo para esse ritual com o intuito de resolver problemas ou pendências da comunidade formando um grande conselho; antes e depois de caçadas ou guerras, para agradecer às graças recebidas como uma colheita farta, pedir em oração uma ajuda para os momentos difíceis ou ainda para passar instrução para os mais jovens e assim muitos o fazem até hoje. Os índios do Norte costumam chamá-la de Pipa Sagrada ou Chanupa e sua estrutura é dividida em duas partes: a parte aonde vai o tabaco geralmente é feita de pedra ou de barro representando o Feminino, e o corpo, por onde passa a fumaça é feito de madeira, geralmente adornado com penas, contas, couro representa o masculino. Essa conexão representa o equilíbrio e a harmonia entre as duas partes, e desta maneira harmoniza também aos que se dispõe a fumá-la, tanto que ao acendê-la e quem a recebe, antes mesmo de falar, toma-se uma benção com a fumaça, levando-a para cima da cabeça e logo ao coração. É muito importante lembrar que a fumaça do tabaco usado neste ritual não pode ser tragada, pois ela deve subir pura, para que os Espíritos do Grande Mistério as entenda com clareza e desta forma não fará mal algum para quem a estiver fumando. O uso do tabaco foi desvirtuado pelo homem da civilização e como toda a medicina pode fazer muito mal para quem não dá o devido uso.
COMO ELE TERIA SURGIDO?
Existe uma lenda que diz que dois homens caminhavam juntos e de repente uma linda mulher vestida de branco lhes apareceu. Um deles a olhou com desejo, e por isso morreu no mesmo instante. O Outro, a olhou com admiração, como quem olha algo lindo e sagrado. Ela se apresentou como a MULHER NOVILHO BÚFALO BRANCO e pediu que ele levasse um recado para a sua tribo, reunindo-os dentro do TEMASKAL (tenda do suor) onde ela apareceria novamente para lhes passar mais instruções sagradas. E desta maneira foi feito: Quando ela finalmente apareceu, apresentou-lhes o Cachimbo sagrado, a medicina do tabaco e a maneira em que ele deveria ser empregado: Para unir a tribo em oração, rezando e pedindo por tempos melhores diante das dificuldades e agradecendo pelas bênçãos. Seria uma maneira poderosa de falar ao pé do ouvido do Grande Espírito.
COMO ELE PODE E DEVE SER USADO? Obviamente, um carregador de Pipa poderá fumá-la quando achar necessário, ainda que esteja sozinho. Porém, costuma-se dizer que mais de uma pessoa rezando aumenta a potência dos propósitos. Literalmente a União faz a força! Para realizar este ritual as pessoas sentam em um círculo onde geralmente existe uma fogueira no centro e só fala quem estiver com a Pipa Sagrada na mão, limitando aos demais apenas a ouvir, o que é também um exercício maravilhoso. Além de ser uma bela maneira de se expressar, pode-se aprender muito com o que cada um diz em seu momento. É possível perceber que numa Roda de Cachimbo algumas pessoas se curam falando se seus problemas individuais e ao dividí-los com o grupo, o que era sem solução torna-se uma coisa leve e fácil de resolver. Alguns assuntos abordados podem fazer parte do momento de muitas pessoas presentes, e quando é o contrário, amplia a percepção de quem nunca havia se dado conta que tal coisa é passível de acontecer. Como todos que participam da roda esperam o seu momento de falar, é normal pensar em um assunto ao qual abordar; e não é raro que antes de chegar-lhe a palavra outra pessoa fale exatamente o que você pensava em dizer. Agradecer às bênçãos e aos pedidos realizados é importante, porém tudo o que se pede deve ser feito com muita consciência para não corrermos o risco de quando o pedido se realizar nos darmos conta de que não era bem isso que queríamos. Esta prudência evita perdermos tempo e energia no que não vai nos servir.
CACHIMBO SAGRADO
Nas várias tradições e culturas da Humanidade sempre encontramos alguma forma de oração, esta forma simples, sincera e eficaz de conexão. Orando estamos alinhando nossos corações com nosso espírito, corpo e mente toda a Criação e Caminho de Beleza e Abundância que está disponível a cada um de nós. Através da oração somos capazes de entender os mais variados matizes de energia disponíveis no Universo, do qual fazemos parte e podemos estar acessando em nossas vidas. Orar também é introspecção, meditação, é aquele momento em que rezamos também a nós mesmos, buscando respostas em nossa sabedoria que, silenciosa, manifesta-se neste momento de conexão.
O meio científico também tem relevado o poder da oração. Quando nos recolhemos, meditamos e rezamos reduzimos o ritmo respiratório, cardiovascular e a adrenalina. Se estivermos em grupo, podemos nos beneficiar das histórias de todos, encontrando eco para sanar nossas próprias vidas. Orar em grupo também oferece apoio mútuo para combater temores, incertezas e tristezas, sentimentos estes que causam ou agravam enfermidades e que podem ser aliviados através da oração, beneficiando todo nosso organismo e nosso ser em vários níveis. Há milhares de anos homens e mulheres oram sozinhos, em círculo, em família, em tribo, nação, com e para a natureza. Na tradição nativa norte-americana uma das medicinas de oração mais poderosas e curativas encontra-se no Cachimbo Sagrado. Para os Sioux, por exemplo, o Cachimbo Sagrado, Chanupa Wakan, é uma medicina de cura sagrada ancestral, recebida pela lendária Mulher Novilho Búfalo Branco. É composto de duas partes sendo uma o fornilho, confeccionado em pedra e representando o feminino, e a haste em madeira, que representa o masculino. Temos, assim, dois objetos sagrados que ao serem unidos no momento de rezar, tornam-se um só ser, honrando as forças de toda a Criação. Na cerimônia de Cachimbo Sagrado, oram todos juntos. Através de mantras nativos e da fumaça do tabaco, reverencia-se as quatro direções sagradas (oeste, norte, leste e sul), o céu, a terra, o povo das estrelas e todos os reinos com os quais temos relações. Também são estabelecidos propósitos de cura e agradecimento.
O tabaco é sagrado para praticamente todas as tradições nativas das Américas, como sendo um veículo de proteção, cura, comunicação e reverência ao Grande Espírito, às forças e energias. A oração tem um poder de cura muito forte, proporcionando um reencontro com nossos propósitos pessoais, e acima de tudo, de uma grande tomada de consciência em relação ao sagrado em nossas vidas, a nossa ligação com esta terra mãe que nos carrega em seu solo, ao céu e todo o cosmos ao qual estamos inseridos. Orando juntos entendemos que somos todos parentes, que somos todos um. Os anciões dizem que rezar deve ser a coisa mais importante a fazermos em nosso dia. Quando estamos com raiva, não devemos reagir enraivecidos. Quando estamos indecisos, devemos nos recolher, e se estamos com medo, devemos antes de qualquer outra coisa ORAR. Falam os nativos que "o guerreiro que reza antes pode levar uma vida diferente daquele que reza depois".
Fonte: www.xamanismo.com
Mulher Novilho de Búfalo Branco |
O Primeiro Cachimbo
A Profecia do Búfalo Branco
Para o povo Nativo da América do Norte, o nascimento de um búfalo branco é um sinal do "fim dos tempos". Três destes animais já nasceram desde 1995. Um morreu logo após seu nascimento. o último nasceu em Dakota do Sul, EUA.
Em um verão a muito tempo atrás, sete fogos de conselho sagrado da Nação Lakota Oyate, se reuniram e acamparam.Todos os dias eles enviavam batedores para procurar alguma caça mas eles não encontravam nada. O povo estava faminto.
Entre os bandos reunidos estavam os Itazipcho, os 'Sem-arcos' que eram liderados pelo Chefe Chifre Ôco de Pé. Numa manhã bem cedo o Chefe enviou dois de seus guerreiros para caçar nas Montanhas Negras da Dakota do Sul. Eles procuraram por todos os lugares mas não encontraram nada. Então eles resolvem escalar uma colina bastante alta para poderem avistar toda a terra. No meio do caminho, eles avistam algo vindo, bem de longe, em sua direção, mais se parecendo com um novilho de búfalo branco;mas a figura estava flutuando em vez de andar.Dalí, eles souberam que era uma pessoa wakan, santa. No início eles podiam ver somente uma pequena mancha se movendo, mas eles sabiam que ela tinha a forma humana. E assim que ela se aproximou mais eles viram que era uma linda jovem índia, mais linda do que todas que eles conheciam.
Ela usava um traje de couro branco que brilhava ao sol. Ele estava bordado com lindos desenhos sagrados de espinhos do porco-espinho, em cores tão radiantes que nenhuma mulher seria capaz de fazer. Esta estranha santa era Ptesan-Wi, a Mulher Novilho Búfalo Branco. Em suas mãos ela levava um fardo grande e um leque de folhas de salvia. Tinha seus cabelos soltos exceto por uma trança no lado esquerdo que era amarrada com pele de búfalo. Seus olhos eram negros e brilhantes, com grande poder neles. Os dois jovens olhavam para ela boquiabertos, mas um deles a desejou esticando seus braços para tocá-la. Esta mulher era lila wakan, muito sagrada e não podia ser tratada com desrespeito. Instantaneamente um raio atingiu o jovem fulminando-o no lugar, sobrando somente um montinho de ossos queimados. Em outra versão dizem que a mulher pediu ao guerreiro que estava com pensamentos ruins para dar um passo a frente, e instantaneamente uma nuvem negra envolveu o seu corpo e quando ela se dissipou, não havia restado nada dele. O outro guerreiro se ajoelhou e começou a rezar. Ao outro jovem que havia se comportado corretamente, a Mulher Búfalo Branco falou: "Trago boas coisas, algo sagrado para sua nação. Uma mensagem eu carrego para o seu povo, do povo da nação do Búfalo. Volte à sua tribo e diga a seu povo para se preparar para minha chegada. Diga a seu Chefe para erigir uma tenda medicinal com vinte e quatro postes. Que ela seja santificada para minha chegada." O jovem caçador voltou à sua tribo e contou ao Chefe e ao povo o que a mulher sagrada havia ordenado. E assim, o povo erigiu uma grande tenda medicinal e esperou.
Depois de quatro dias eles viram a Mulher Novilho Búfalo Branco se aproximar, levando o fardo diante dela. Com seu lindo vestido de couro branco brilhava de longe, ela chegou entoando uma canção sagrada; "Com um sopro visível, eu caminho. Uma voz eu envio enquanto caminho. De maneira sagrada, eu caminho. Com pegadas visíveis, eu caminho. De um jeito sagrado, eu caminho." O Chefe Chifre Ôco de Pé convidou-a para entrar na tenda medicinal. Ela entrou e circulou o interior no sentido do sol. O Chefe se dirigiu a ela com respeito dizendo: " Irmã, nós estamos felizes que você tenha vindo nos instruir." Ela disse a ele o que ela queria que fosse feito. No centro da tenda era para eles fazerem um owanka wakan, um altar sagrado, feito de terra vermelha com um cranio de búfalo e um suporte de três paus para uma coisa sagrada que ela estava trazendo. Eles fizeram o que ela havia orientado e ela fez um desenho na terra vermelha macia do altar.
Ela mostrou a eles como fazer tudo, e depois ela circulou a tenda de novo no sentido do sol. Parando diante do Chefe, ela abriu o fardo. A coisa sagrada que ele continha era o chanunpa, o cachimbo sagrado. Ela o levantou para que todos pudessem vê-lo. Ela estava segurando a haste com a mão direita e o bojo com a esquerda, e é assim que o cachimbo é segurado desde então. Novamente o Chefe falou: Irmã, nós estamos felizes. Não temos tido carne já a algum tempo. “Tudo que temos a oferecer é água.” Eles derramaram alguma wacanga,erva doce, na bolsa de couro com água e ofereceram a ela, e até hoje o povo coloca erva doce ou uma asa de águia na água e a borrifa na pessoa a ser purificada. A Mulher Novilho Búfalo Branco mostrou ao povo como usar o cachimbo. Ela o encheu com chan-shasha,tabaco de casca avermelhada de salgueiro. Ela caminhou ao redor da tenda do mesmo jeito do Anpetu-Wi, o grande sol. Isto representava o círculo sem fim, a volta sagrada, a estrada da vida. A mulher colocou uma lasca de búfalo seco no fogo e acendeu o cachimbo com ela. Este era peta-owihankeshni, o fogo sem fim, a chama a ser passada de geração a geração. Ela contou a eles que a fumaça que se elevava do bojo era o sopro de Tunkashila, o sopro de vida da grande Avó Mistério. Depois a Mulher Novilho Búfalo Branco mostrou ao povo o mofo certo de orar usando as palavras e os gestos corretos.
Ela os ensinou a cantar a canção de enchimento do cachimbo e como elevar o cachimbo ao céu, em direção ao Avô, e para baixo em direção à Avó Terra, para Unci, e depois para as quatro direções do universo. "Com este cachimbo sagrado," ela disse, "vocês caminharão como uma prece viva. Com seus pés descansando sobre a terra e a haste do cachimbo alcançando os céus, os seus corpos formam uma ponte viva entre o Sagrado Abaixo e o Sagrado Acima. Wakan Tanka sorri para vocês, porque agora nós somos um: terra, céu, todas as coisas vivas, os sêres de duas pernas, os de quatro pernas e os de asas, as árvores, as ervas. Juntos com o povo, estãos todos relacionados, uma família. O cachimbo os mantém todos juntos. "Olhem para este bojo,"disse a Mulher Novilho Búfalo Branco."Sua pedra representa o búfalo, mas também a carne e o sangue do homem pele vermelha.
O búfalo representa o universo e as quatro direções, porque ele se apoia em quatro pernas, para as quatro eras da criação. O búfalo foi colocado no Oeste por Wakan Tanka na criação do mundo, para reter as águas. Todo ano ele perde um fio de pelo, e em cada uma das quatro eras ele perde uma perna. O ciclo sagrado chegará ao fim quando todo o pelo e as pernas do grande búfalo estiverem ido, e a água voltará para cobrir a Mãe Terra. A haste de madeira deste chanunpa representa tudo que cresce na terra. As doze penas penduradas onde a haste - a espinha dorsal - se junta com o bojo - o crânio - são da Wanblee Galeshka, a águia manchada, o mesmo pássaro sagrado que é o mensageiro do Grande Espírito e o mais sábio de todos que voam. Vocês estão se unindo a todas as coisas do universo, pois todos clamam por Tunkashila. Olhem para o bojo: gravado nele estão sete círculos de vários tamanhos. Eles representam as sete cerimônias sagradas que vocês praticarão com este cachimbo, e também, os Oceti Shakowin, os sete acampamentos sagrados de nossa nação Lakota." Então a Mulher Novilho Búfalo Branco falou às mulheres, contando-lhes que foi o trabalho de suas mãos e o fruto de seus corpos que mantiveram a nação viva. "Vocês são da Mãe Terra," ela lhes disse, "o que vocês fazem é tão grande quanto o que os guerreiros fazem." Portanto o cachimbo sagrado é também algo que liga homens e mulheres em um círculo de amor. Este é o objeto sagrado que, tanto os homens quanto as mulheres possuem com aliado. Os homens entalham o bojo e fazem a haste; as mulheres o decoram com faixas de cerdas coloridas.
Quando um homem toma uma mulher como esposa, ambos seguram o cachimbo ao mesmo tempo, e uma tira de pano vermelha é amarrada em torno de suas mãos, os atando junto por toda a vida. A Mulher Novilho Búfalo Branco tinha muitas coisas em sua algibeira sagrada para elas, suas irmãs Lakota; milho, wasna, nabo do mato. Ela ensinou como fazer uma lareira. Ela encheu a bolsa de búfalo com água e colocou uma pedra incandescente dentro dela. "Deste jeito vocês cozinham o milho e a carne." A Mulher Novilho Búfalo Branco também falou com as crianças, porque elas possuem uma compreensão além dos anos que possuem. Ela conta a elas que o que seus pais e mães fizeram foi para elas, ques seus pais podiam se lembrar que já foram crianças um dia, e que elas, as crianças, cresceriam e teriam seus próprios filhos. Continuou ainda dizendo: "Vocês são a geração vindoura, e é por isso que vocês são os mais importantes e preciosos. Algum dia você segurarão este cachimbo e o fumarão. Algum dia vocês rezarão com ele." E mais uma vez ela falou a todo o povo: "O cachimbo está vivo; ele é um ser vermelho mostrando-lhes uma vida vermelha em uma estrada vermelha. E esta é a primeira cerimonia em que vocês usarão o cachimbo. Vocês o usarão para guardar a alma de uma pessoa morta, porque por meio dele vocês podem falar com Wakan Tanka, o Grande Mistério. O dia em que um ser humano morre é sempre um dia sagrado. O dia em que a alma é libertada para o Grande Espírito é outro." Ela falou uma última vez para o Chefe Chifre Ôco de Pé: "Lembre-se: este cachimbo é muito sagrado. Respeite-o que ele o levará até o fim da jornada. As quatro eras da criação estão em mim. Eu voltarei para vê-lo em cada ciclo da geração. Eu voltarei até você." Ela ensinou a eles sete cerimonias sagradas. Uma delas foi a Tenda do Suor, ou Cerimonia d Purificação. A outra foi a Cerimonia de Nomeação, dar nomes às crianças. A terceira foi a cerimonia de cura. A quarta foi a feitura de parentes ou cerimônia de adoção. A qunita foi a cerimonia de casamento. A sexta foi a Busca de Visão e a sétima foi a cerimonia da Dança do Sol, a cerimônia do povo de todas as nações. Ela ensinou canções e ritos tradicionais e instruiu o povo que se eles fizessem estas cerimonias eles seriam sempre os cuidadores e guardiães da terra sagrada. E que, se tomassem conta desta terra eles jamais morreriam e viveriam para sempre. A Mulher Novilho Búfalo Branco então deixou o povo, dizendo: "Toksha ake wacinyanktin ktelo - Eu os verei de novo." E ainda: "...lembrem-se que os de duas pernas e todos os outros povos que habitam a terra são sagrados e devem ser tratados como tal..."O povo ficou olhando para ela caminhando na mesma direção em que havia chegado, delineada por uma grande bola vermelha do sol poente.A medida em que afastava, ela girou quatro vezes. Na primeira vez, ela se transformou em um búfalo preto; na segunda em um amarelo; na terceira em um vermelho; e finalmente, na quarta vez em que ela girou, ela se transformou em um novilho búfalo branco. Um búfalo branco é a coisa viva mais sagrada que se pode encontrar. A Mulher Novilho Búfalo Branco desapareceu no horizonte. Tão logo ela desapareceu, uma grande manada de búfalos apareceu, se deixando abater para que o povo pudesse sobreviver. E a partir daquele dia, nossas relações, o búfalo, supriu o povo com tudo que precisavam - carne com alimento, peles para suas roupas e tendas, e ossos para suas ferramentas.
Recontado por Sérgio Pereira Alves, baseado no livro American Indian Myths and Legends, 1980, por Erdoes and Alfonso Ortiz.
Entre os bandos reunidos estavam os Itazipcho, os 'Sem-arcos' que eram liderados pelo Chefe Chifre Ôco de Pé. Numa manhã bem cedo o Chefe enviou dois de seus guerreiros para caçar nas Montanhas Negras da Dakota do Sul. Eles procuraram por todos os lugares mas não encontraram nada. Então eles resolvem escalar uma colina bastante alta para poderem avistar toda a terra. No meio do caminho, eles avistam algo vindo, bem de longe, em sua direção, mais se parecendo com um novilho de búfalo branco;mas a figura estava flutuando em vez de andar.Dalí, eles souberam que era uma pessoa wakan, santa. No início eles podiam ver somente uma pequena mancha se movendo, mas eles sabiam que ela tinha a forma humana. E assim que ela se aproximou mais eles viram que era uma linda jovem índia, mais linda do que todas que eles conheciam.
Ela usava um traje de couro branco que brilhava ao sol. Ele estava bordado com lindos desenhos sagrados de espinhos do porco-espinho, em cores tão radiantes que nenhuma mulher seria capaz de fazer. Esta estranha santa era Ptesan-Wi, a Mulher Novilho Búfalo Branco. Em suas mãos ela levava um fardo grande e um leque de folhas de salvia. Tinha seus cabelos soltos exceto por uma trança no lado esquerdo que era amarrada com pele de búfalo. Seus olhos eram negros e brilhantes, com grande poder neles. Os dois jovens olhavam para ela boquiabertos, mas um deles a desejou esticando seus braços para tocá-la. Esta mulher era lila wakan, muito sagrada e não podia ser tratada com desrespeito. Instantaneamente um raio atingiu o jovem fulminando-o no lugar, sobrando somente um montinho de ossos queimados. Em outra versão dizem que a mulher pediu ao guerreiro que estava com pensamentos ruins para dar um passo a frente, e instantaneamente uma nuvem negra envolveu o seu corpo e quando ela se dissipou, não havia restado nada dele. O outro guerreiro se ajoelhou e começou a rezar. Ao outro jovem que havia se comportado corretamente, a Mulher Búfalo Branco falou: "Trago boas coisas, algo sagrado para sua nação. Uma mensagem eu carrego para o seu povo, do povo da nação do Búfalo. Volte à sua tribo e diga a seu povo para se preparar para minha chegada. Diga a seu Chefe para erigir uma tenda medicinal com vinte e quatro postes. Que ela seja santificada para minha chegada." O jovem caçador voltou à sua tribo e contou ao Chefe e ao povo o que a mulher sagrada havia ordenado. E assim, o povo erigiu uma grande tenda medicinal e esperou.
Depois de quatro dias eles viram a Mulher Novilho Búfalo Branco se aproximar, levando o fardo diante dela. Com seu lindo vestido de couro branco brilhava de longe, ela chegou entoando uma canção sagrada; "Com um sopro visível, eu caminho. Uma voz eu envio enquanto caminho. De maneira sagrada, eu caminho. Com pegadas visíveis, eu caminho. De um jeito sagrado, eu caminho." O Chefe Chifre Ôco de Pé convidou-a para entrar na tenda medicinal. Ela entrou e circulou o interior no sentido do sol. O Chefe se dirigiu a ela com respeito dizendo: " Irmã, nós estamos felizes que você tenha vindo nos instruir." Ela disse a ele o que ela queria que fosse feito. No centro da tenda era para eles fazerem um owanka wakan, um altar sagrado, feito de terra vermelha com um cranio de búfalo e um suporte de três paus para uma coisa sagrada que ela estava trazendo. Eles fizeram o que ela havia orientado e ela fez um desenho na terra vermelha macia do altar.
Ela mostrou a eles como fazer tudo, e depois ela circulou a tenda de novo no sentido do sol. Parando diante do Chefe, ela abriu o fardo. A coisa sagrada que ele continha era o chanunpa, o cachimbo sagrado. Ela o levantou para que todos pudessem vê-lo. Ela estava segurando a haste com a mão direita e o bojo com a esquerda, e é assim que o cachimbo é segurado desde então. Novamente o Chefe falou: Irmã, nós estamos felizes. Não temos tido carne já a algum tempo. “Tudo que temos a oferecer é água.” Eles derramaram alguma wacanga,erva doce, na bolsa de couro com água e ofereceram a ela, e até hoje o povo coloca erva doce ou uma asa de águia na água e a borrifa na pessoa a ser purificada. A Mulher Novilho Búfalo Branco mostrou ao povo como usar o cachimbo. Ela o encheu com chan-shasha,tabaco de casca avermelhada de salgueiro. Ela caminhou ao redor da tenda do mesmo jeito do Anpetu-Wi, o grande sol. Isto representava o círculo sem fim, a volta sagrada, a estrada da vida. A mulher colocou uma lasca de búfalo seco no fogo e acendeu o cachimbo com ela. Este era peta-owihankeshni, o fogo sem fim, a chama a ser passada de geração a geração. Ela contou a eles que a fumaça que se elevava do bojo era o sopro de Tunkashila, o sopro de vida da grande Avó Mistério. Depois a Mulher Novilho Búfalo Branco mostrou ao povo o mofo certo de orar usando as palavras e os gestos corretos.
Ela os ensinou a cantar a canção de enchimento do cachimbo e como elevar o cachimbo ao céu, em direção ao Avô, e para baixo em direção à Avó Terra, para Unci, e depois para as quatro direções do universo. "Com este cachimbo sagrado," ela disse, "vocês caminharão como uma prece viva. Com seus pés descansando sobre a terra e a haste do cachimbo alcançando os céus, os seus corpos formam uma ponte viva entre o Sagrado Abaixo e o Sagrado Acima. Wakan Tanka sorri para vocês, porque agora nós somos um: terra, céu, todas as coisas vivas, os sêres de duas pernas, os de quatro pernas e os de asas, as árvores, as ervas. Juntos com o povo, estãos todos relacionados, uma família. O cachimbo os mantém todos juntos. "Olhem para este bojo,"disse a Mulher Novilho Búfalo Branco."Sua pedra representa o búfalo, mas também a carne e o sangue do homem pele vermelha.
O búfalo representa o universo e as quatro direções, porque ele se apoia em quatro pernas, para as quatro eras da criação. O búfalo foi colocado no Oeste por Wakan Tanka na criação do mundo, para reter as águas. Todo ano ele perde um fio de pelo, e em cada uma das quatro eras ele perde uma perna. O ciclo sagrado chegará ao fim quando todo o pelo e as pernas do grande búfalo estiverem ido, e a água voltará para cobrir a Mãe Terra. A haste de madeira deste chanunpa representa tudo que cresce na terra. As doze penas penduradas onde a haste - a espinha dorsal - se junta com o bojo - o crânio - são da Wanblee Galeshka, a águia manchada, o mesmo pássaro sagrado que é o mensageiro do Grande Espírito e o mais sábio de todos que voam. Vocês estão se unindo a todas as coisas do universo, pois todos clamam por Tunkashila. Olhem para o bojo: gravado nele estão sete círculos de vários tamanhos. Eles representam as sete cerimônias sagradas que vocês praticarão com este cachimbo, e também, os Oceti Shakowin, os sete acampamentos sagrados de nossa nação Lakota." Então a Mulher Novilho Búfalo Branco falou às mulheres, contando-lhes que foi o trabalho de suas mãos e o fruto de seus corpos que mantiveram a nação viva. "Vocês são da Mãe Terra," ela lhes disse, "o que vocês fazem é tão grande quanto o que os guerreiros fazem." Portanto o cachimbo sagrado é também algo que liga homens e mulheres em um círculo de amor. Este é o objeto sagrado que, tanto os homens quanto as mulheres possuem com aliado. Os homens entalham o bojo e fazem a haste; as mulheres o decoram com faixas de cerdas coloridas.
Quando um homem toma uma mulher como esposa, ambos seguram o cachimbo ao mesmo tempo, e uma tira de pano vermelha é amarrada em torno de suas mãos, os atando junto por toda a vida. A Mulher Novilho Búfalo Branco tinha muitas coisas em sua algibeira sagrada para elas, suas irmãs Lakota; milho, wasna, nabo do mato. Ela ensinou como fazer uma lareira. Ela encheu a bolsa de búfalo com água e colocou uma pedra incandescente dentro dela. "Deste jeito vocês cozinham o milho e a carne." A Mulher Novilho Búfalo Branco também falou com as crianças, porque elas possuem uma compreensão além dos anos que possuem. Ela conta a elas que o que seus pais e mães fizeram foi para elas, ques seus pais podiam se lembrar que já foram crianças um dia, e que elas, as crianças, cresceriam e teriam seus próprios filhos. Continuou ainda dizendo: "Vocês são a geração vindoura, e é por isso que vocês são os mais importantes e preciosos. Algum dia você segurarão este cachimbo e o fumarão. Algum dia vocês rezarão com ele." E mais uma vez ela falou a todo o povo: "O cachimbo está vivo; ele é um ser vermelho mostrando-lhes uma vida vermelha em uma estrada vermelha. E esta é a primeira cerimonia em que vocês usarão o cachimbo. Vocês o usarão para guardar a alma de uma pessoa morta, porque por meio dele vocês podem falar com Wakan Tanka, o Grande Mistério. O dia em que um ser humano morre é sempre um dia sagrado. O dia em que a alma é libertada para o Grande Espírito é outro." Ela falou uma última vez para o Chefe Chifre Ôco de Pé: "Lembre-se: este cachimbo é muito sagrado. Respeite-o que ele o levará até o fim da jornada. As quatro eras da criação estão em mim. Eu voltarei para vê-lo em cada ciclo da geração. Eu voltarei até você." Ela ensinou a eles sete cerimonias sagradas. Uma delas foi a Tenda do Suor, ou Cerimonia d Purificação. A outra foi a Cerimonia de Nomeação, dar nomes às crianças. A terceira foi a cerimonia de cura. A quarta foi a feitura de parentes ou cerimônia de adoção. A qunita foi a cerimonia de casamento. A sexta foi a Busca de Visão e a sétima foi a cerimonia da Dança do Sol, a cerimônia do povo de todas as nações. Ela ensinou canções e ritos tradicionais e instruiu o povo que se eles fizessem estas cerimonias eles seriam sempre os cuidadores e guardiães da terra sagrada. E que, se tomassem conta desta terra eles jamais morreriam e viveriam para sempre. A Mulher Novilho Búfalo Branco então deixou o povo, dizendo: "Toksha ake wacinyanktin ktelo - Eu os verei de novo." E ainda: "...lembrem-se que os de duas pernas e todos os outros povos que habitam a terra são sagrados e devem ser tratados como tal..."O povo ficou olhando para ela caminhando na mesma direção em que havia chegado, delineada por uma grande bola vermelha do sol poente.A medida em que afastava, ela girou quatro vezes. Na primeira vez, ela se transformou em um búfalo preto; na segunda em um amarelo; na terceira em um vermelho; e finalmente, na quarta vez em que ela girou, ela se transformou em um novilho búfalo branco. Um búfalo branco é a coisa viva mais sagrada que se pode encontrar. A Mulher Novilho Búfalo Branco desapareceu no horizonte. Tão logo ela desapareceu, uma grande manada de búfalos apareceu, se deixando abater para que o povo pudesse sobreviver. E a partir daquele dia, nossas relações, o búfalo, supriu o povo com tudo que precisavam - carne com alimento, peles para suas roupas e tendas, e ossos para suas ferramentas.
Recontado por Sérgio Pereira Alves, baseado no livro American Indian Myths and Legends, 1980, por Erdoes and Alfonso Ortiz.
Marcelo Caiuã em ritual com o Cachimbo Sagrado |
O cachimbo do Novilho de Búfalo Branco está em um lugar sagrado (Green Grass) em uma Reserva Indígena do Rio Cheyenne na Dakota do Sul mantido por um homem que é conhecido como o Guardador do Cachimbo do Novilho de Búfalo Branco, Arvol Looking Horse.Ele diz que está escrito que na próxima vez em que houver caos e disparidade, a Mulher Novilho Búfalo Branco retornará.
Quando a Mulher Novilho Búfalo Branco prometeu voltar, ela fez umas profecias. Uma delas foi o nascimento de um novilho de búfalo branco que seria um sinal de que estaria próximo o dia de sua volta para purificar o mundo novamente, trazendo harmonia e equilíbrio espiritual. O nascimento de um novilho búfalo branco em Janesville pode ser visto como um presságio de um futuro próspero e harmonioso. Para Joseph Chasing Horse, os curandeiros, os lideres espirituais, os mais velhos e todos nós devemos orar para o mundo. Devemos orar para que a humanidade desperte e pense sobre o futuro, pois nós não só herdamos esta terra de nossos ancestrais como a estamos tomando emprestado de nossas crianças ainda não nascidas.
A Profecia Parte desta profecia fala de sete fogos ou eras. Durante o sétimo fogo, um novo mundo será formado unindo todas as raças - vermelha, branca, amarela e preta. Neste novo mundo seremos capazes de nos comunicarmos telepaticamente como também seremos capazes de viajar astralmente a outros planetas. Entretanto, no início do sétimo fogo, a raça branca deverá fazer uma escolha - tecnologia ou natureza e que também a escolha errada nos levará à destruição. A escolha certa nos levará a uma nova era de harmonia. A Mulher Novilho Búfalo Branco (A Irmã mais Velha) é o espírito do Norte e sua reaparição significa que nossas preces de paz foram atendidas.
A Chegada do Búfalo Branco
Em 1890, o líder lakota Cavalo Louco (Crazy Horse) previu o retorno da Mulher Novilho Búfalo Branco. Floyd Hand, também teve uma visão de um búfalo branco,em 1968. Ele é um puro índio Sioux Oglala, lider espiritual e neto do Pé Grande Alce Pobre (Poor Elk. Com a idade de 8 anos ele foi iniciado por seus avós para ser seus lider. Em 1979, o Chefe Fools Crow deu a ele um cachimbo sagrado. Ele tem servido ao Grande Espírito por mais de 50 anos, curando pessoas - usando remédios espirituais. Toda esta experiência o preparou para um evento milagroso que ocorreu em 1994.
O Milagre
O primeiro Novilho Búfalo Branco nasceu em Janesville, Wisconsin em 20 de agosto de 1994. Seu nascimento coincidiu com a assinatura do acordo Unidade e Paz patrocinados pelos conselhos de Abernaki e da Aliança, conduzido em Evansville, Vermont exatamente na mesma hora do nascimento. Esta novilha é considerada uma dádiva para todos os povos, indígenas e espiritualizados, em todo o mundo, trazendo todas as crenças mais próximas da fé, harmonia e amor universal. De acordo com a lenda, o novilho deveria passar por todas as mudanças de cores que o original. Esta novilha se chama Miracle (Milagre) e seu manto já mudou de preto para vermelho e depois amarelo. Sua cor atual é loura, com faixas prateadas no dorso. Espera-se que ainda continue mudando até o branco. De acordo com a Associação do Bisão Americano, as chances do nascimento de um búfalo branco podem ser até de um em 40 milhões
Cerimônia com o Avô Tabaco
Conhecido por muitos como “Cachimbo da Paz”, trata-se de um instrumento sagrado, de muito poder que a milênios é usado pelos nativos para elevar as preces, propósitos, intenções e agradecimentos ao Grande Mistério (Deus). Os Índios do Norte costumam chamá-la de Pipa Sagrada ou Chanupa. Trazido pela lendária Mulher Novilho Búfalo Branco, ela explicou que o fornilho representava a Terra , e o cano tudo o que nasce sobre a Terra. O fornilho representa o aspecto feminino e o cano o masculino. A união dos dois simboliza o princípio da criação, da fertilidade. A cada pitada de tabaco se está honrando o que os nativos chamam de Todas As Nossas Relações (Mitakuye Oyasin), que são todas as manifestações da vida da Criação, seres elementais, animais, insetos, peixes, pedras, plantas, ancestrais, e etc. Homens e mulheres oram sozinhos, em círculo, em família, em tribo, nação, com e para a natureza, há milhares de anos.
Na tradição nativa norte-americana uma das medicinas de oração mais poderosas e curativas encontra-se no Cachimbo Sagrado. Na cerimônia de Cachimbo Sagrado, oram todos juntos. Através de mantras nativos e da fumaça do tabaco, reverencia-se as quatro direções sagradas (oeste, norte, leste e sul), o céu, a terra, o povo das estrelas e todos os reinos com os quais temos relações. Também são estabelecidos propósitos de cura e agradecimento. O tabaco é sagrado para praticamente todas as tradições nativas das Américas, como sendo um veículo de proteção, cura, comunicação e reverência ao Grande Espírito, às forças e energias. É muito importante lembrar que a fumaça do tabaco usado neste ritual não pode ser tragada, pois ela deve subir pura, quem recebe o cachimbo, antes mesmo de falar, toma-se uma benção com a fumaça, levando-a para cima da cabeça e logo ao coração. Neste ritual, só fala quem estiver com a Pipa Sagrada na mão, limitando aos demais apenas a ouvir, o que é também um exercício maravilhoso. Em uma Roda de Cachimbo algumas pessoas se curam falando de seus problemas e o que parecia sem solução se torna leve e fácil de resolver. A gratidão surge ao coração e o clima de partilha, de união, nos traz o sentimento de fraternidade e a sensação de estarmos integrados com a Mãe Terra e seus filhos. A oração tem um poder de cura muito forte, proporcionando um reencontro com nossos propósitos pessoais, e acima de tudo, de uma grande tomada de consciência em relação ao sagrado em nossas vidas, a nossa ligação com esta terra mãe que nos carrega em seu solo, ao céu e todo o cosmos ao qual estamos inseridos. Orando juntos entendemos que somos todos parentes, que somos todos um. Os anciões dizem que rezar deve ser a coisa mais importante a fazermos em nosso dia. Quando estamos com raiva, não devemos reagir enraivecidos. Quando estamos indecisos, devemos nos recolher, e se estamos com medo, devemos antes de qualquer outra coisa ORAR.
Falam os nativos que “o guerreiro que reza antes pode levar uma vida diferente daquele que reza depois”.
Marcelo Caiuã |
Dentro da cosmologia Lakota o criador é chamado de Wakan Tanka, que vendo o sofrimento do povo, envia a Mulher Novilho Búfalo Branco, ser sobrenatural na forma de uma linda mulher, trazendo de presente um cachimbo feito de duas partes, uma de pedra representando o feminino e uma de madeira representando o masculino. Ela entregou este cachimbo ao povo junto com uma pedra desenhada com sete círculos concêntricos, cada circulo representa uma das cerimônias sagradas que foram ensinadas.
Com o cachimbo usado de forma sagrada, o povo iria sobreviver e tudo o que fosse pedido na cerimônia seria concedido. Esse cachimbo ainda existe e esta sob os cuidados da família Looking Horse. Entenda que este Cachimbo Sagrado é um instrumento vindo diretamente do Grande Espírito que é mais abrangente e maior do que o que em nossa cultura ocidental concebemos por "Deus", o cachimbo é tão sagrado, ou ainda maior dentro desta cultura, como o é o Santo Graal para os cristãos.
Da mesma forma que uma missa tem um cálice de vinho e hóstia simbolizando o Graal e o pão da última ceia, Cachimbos Sagrados têm sido utilizados por iniciados nas tradições nativas como instrumento de oração e conexão com as forças da Natureza e da Criação, o Céu, a Terra, as Estrelas e todas as Relações. Este instrumento é chamado de Chanupa Wakan, literalmente "Cachimbo Sagrado" em Lakota, e ficou popularmente conhecido como "Cachimbo da Paz". A cerimônia de Chanupa Wakan é realizada de diferentes formas. Existem canções específicas para retirar o cachimbo de sua bolsa (a bolsa se chama Canto Juha, ou "lugar que se guarda o coração"), canções para apresentar o cachimbo aos poderes do universo, para montar a parte masculina e feminina, para se encher o cachimbo de tabaco e para passar o cachimbo.
A maioria das letras dessas músicas relembra a história da Mulher Novilho Búfalo Branco e relembra os participantes de como sagrada é a cerimônia e por isso o povo tem sido atendido em seus pedidos. Diz-se que enquanto o cachimbo esta sendo preenchido de tabaco, espíritos mensageiros estão ouvindo as orações no coração das pessoas e se juntam com o tabaco, que uma vez fumado, desprende as orações em direção ao Grande Espírito, Wakan Tanka.
Fonte: www.xamanismo.org / www.terramistica.com.br
Com o cachimbo usado de forma sagrada, o povo iria sobreviver e tudo o que fosse pedido na cerimônia seria concedido. Esse cachimbo ainda existe e esta sob os cuidados da família Looking Horse. Entenda que este Cachimbo Sagrado é um instrumento vindo diretamente do Grande Espírito que é mais abrangente e maior do que o que em nossa cultura ocidental concebemos por "Deus", o cachimbo é tão sagrado, ou ainda maior dentro desta cultura, como o é o Santo Graal para os cristãos.
Da mesma forma que uma missa tem um cálice de vinho e hóstia simbolizando o Graal e o pão da última ceia, Cachimbos Sagrados têm sido utilizados por iniciados nas tradições nativas como instrumento de oração e conexão com as forças da Natureza e da Criação, o Céu, a Terra, as Estrelas e todas as Relações. Este instrumento é chamado de Chanupa Wakan, literalmente "Cachimbo Sagrado" em Lakota, e ficou popularmente conhecido como "Cachimbo da Paz". A cerimônia de Chanupa Wakan é realizada de diferentes formas. Existem canções específicas para retirar o cachimbo de sua bolsa (a bolsa se chama Canto Juha, ou "lugar que se guarda o coração"), canções para apresentar o cachimbo aos poderes do universo, para montar a parte masculina e feminina, para se encher o cachimbo de tabaco e para passar o cachimbo.
A maioria das letras dessas músicas relembra a história da Mulher Novilho Búfalo Branco e relembra os participantes de como sagrada é a cerimônia e por isso o povo tem sido atendido em seus pedidos. Diz-se que enquanto o cachimbo esta sendo preenchido de tabaco, espíritos mensageiros estão ouvindo as orações no coração das pessoas e se juntam com o tabaco, que uma vez fumado, desprende as orações em direção ao Grande Espírito, Wakan Tanka.
Fonte: www.xamanismo.org / www.terramistica.com.br